terça-feira, fevereiro 22, 2005

Governo da reconstrução

Acho que estou pegando uma das manias dos nossos ilustres políticos: a de escarrar no passado.

Sempre que assume uma nova chapa, eles suspendem licitações, fazem festas maiores que as dos antecessores, culpam os antigos pelo ruim e atribuem ao novo o bom, como se a cidade ou o país tivessem sido fundados novamente naquela hora, em meio ao caos que tomava conta da população.

Pois bem, como um desses "governos da reconstrução" assumi em 2005 a minha vida, maldizendo o antigo gestor deste corpo, um Pitta qualquer que, em sua loucura, nos últimos anos cometeu muitos desmandos e gastou indevidamente o capital sentimental, pra não dizer o corporal, o financeiro e o etílico.

Faço de uma gestão honesta e justa dos meus recursos minha principal promessa de campanha, embora deva reconhecer que a máquina administrativa herdada tem problemas endêmicos, como a imprudência, uma certa impulsividade e a paradoxal reflexão excessiva.

E aqui, espero que não deixe túneis que alagam e calçadas esburacadas para que outro louco assuma daqui a alguns anos e diga de mim os mesmos impropérios que digo de meu antecessor.

Que meu mandato seja eterno ou, pelo menos, vitalício.

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