quarta-feira, dezembro 22, 2010

Natimorto

de certezas
o vento que varre lá fora
não traz um grão sequer

as mãos que se estendem
se contundem, se defendem

e a vida verdadeira ocorre em ciclos silenciosos de vício
em que o coração se alimenta de mil amores platônicos
impossíveis para quem já chora lágrimas para não mais precisar chorar

e assim me amordaço até que o grito que só eu escuto me enlouqueça

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Laroyê

se nascemos à imagem de um deus
vermelho e preto me chamaram. posso
ser o movimento que te faz voar,
como balão,
ou a força que te prende no chão

ao corpo, sempre ao corpo
humano erijo-me
à terra vim, da terra
do solo pra guerra

se com ferro frio e quente feres
aceito o que tu me deres