quarta-feira, fevereiro 23, 2005

A névoa

A fumaça dentro e a fumaça fora
evidenciavam a angústia e a dúvida

angústia: a luz do cigarro acende e apaga
enquanto tento acabar com a ansiedade
por dentro a fumaça me afaga
eu nem gosto dessa porra, na verdade
mas preciso descobrir o que sinto
e mais, aprender a morar com a dúvida
que, nessas coisas, não minto
nada mais é que o que se espera da vida

dúvida: tão densa que impenetrável
é a névoa que cobre a cidade
e me impede de ver quem deveria estar ali
parada, estendendo-me a mão?
Será que está ali mesmo? Ou não,
talvez ela seja alguém que em outro lugar ri
com desdém, com gosto ou com saudade
uma verdade agora indecifrável

Marcus 23/02/05

2 comentários:

Estevao disse...

Marcão, gostei bastante desse, especialmente da sonoridade. Abraço.

Anônimo disse...

nevoas que estao
duvidas presentes
que bem vem
a fumaça é parte
da saudade
nebulosa