quinta-feira, janeiro 22, 2009

Arqueiro de Códego-City

Tocando feito harpa
teu arco imenso
de pó vermelho e cifras

Descubro; melhor, revelo
da terra seminua
tuas caixas enfileiradas
tuas regras
tuas ruas

Revejo tua cidade invisível
do tal povo que bem sofre, não sei onde,
da flecha que te justifica e fere
das vidas que ostentas e escondes

Não causa estranheza teu papel
e o que desfiro faz mais sentido
se me cobre, quando atiro, o teu céu.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Burocracia

Documentos secretos
não comente
do cu
mentes
se retos
ou não

Resignação

Por querer ser tudo
por que não ser nada?

Apenas porto meu disfarce
e já posso tomar parte!

Que bela e convencional arte
essa de violar-se...

domingo, janeiro 18, 2009

Hermeticamente

Denso mas fugidio
mercúrio contido no vidro

A física do calor que expande
não transborda

Tenho nas veias a prata rápida
tóxica e fluida
nas mãos, a ascensão da energia
e a combinação do que se associa mas não se confunde

Porém, se minhas duas serpentes
me tornam mensageiro dos deuses,
interpreto, apenas,
e vivo nos limites da minha mortalidade

Bom comportamento

Noite colada nos olhos
gargalo escorrendo abaixo

penso não caber nos papéis
nos testes de atores da vida

ao fundo, isolado da hora do sono,
intuo
primeiro passo para a maturidade é deixar de frustrar-se

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Mordaças

Na praia, entrevi a intenção rosa
não-pano que não cobre
e esconde

Deste lado, preso, o pássaro
finge sufocar