quinta-feira, julho 14, 2011

Negra rosa

Ao lado da parede do fundo da escuridão
onde só me alcança o vento
de dentro

No canto mais isolado da noite, impublicado
Há algo que alimento

E lá escorrego
escondo e rego

uma nesga de sentimento

segunda-feira, julho 11, 2011

Vazante

de repente a compressão no coração cheio
água vai transbordar

se a alma inunda
escorre mágoa
calma imunda sai
tudo sai nesses dois rios

pode parecer injusto
finda a correnteza
o povo migrante

mas pode esperar

nos leitos sombrios
depois da vazante
algo se move

afinal ano que vem
dizem que chove

quarta-feira, julho 06, 2011

Bússola

Andando pelo deserto onde moro
perdido nas dunas do pensamento

de tão sério,
deslizo no desejo
estéril

sigo inerte caravanas de sede
migro buscando a terra

onde se age e erra