quarta-feira, janeiro 04, 2006

As we were speaking of dreams...

...2006 é o ano da realização do sonho.

Fiquei intrigado ao fazer um balanço de 2005, que marcou uma nova fase pra mim. Um ano em que encontrei mais paciência para lidar com meus desafios, ainda que a impulsividade sempre tivesse funcionado. Foi ano da descoberta e geração de alguns e graves problemas, que não importaram nadinha. E da descoberta de algumas e gigantescas felicidades, que fizeram toda a diferença.

O ano começou tranqüilo desta vez, nada como o anterior, em que eu buscava novas perspectivas pra minha vida. Que por sua vez vai bem, obrigado. O 2006 envolve mudanças, transformações aparentes, mas não reais. O sonho segue desabrochando, encontrou nova lufada de ânimo em 2005. No ano passado, paramos pra respirar antes de mergulhar... agora já estamos embaixo d'água a procura de novos tesouros.

E seguimos sem medo de arriscar... já diria o glorioso Chewie, irmão e camarada de Bigode: "A vida é como um eterno pulo de pára-quedas".

Pra inspirar, segue o poema "A Pedra Filosofal", do genial português António Gedeão.

Abraços e feliz 2006 a todos!
Marcão
"Se a vida segue/ o sonho se persegue."

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Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

- António Gedeão, in "Movimento Perpétuo", 1956

Um comentário:

Anônimo disse...

sonhos são como deuses, qdo nao se acredita neles, deixam de existir!

beijos
te amo