O sangue seco do chão
brotando por suas ruas
não-becos, calhas e luas
por vento lento
pulverulento
Por ímpeto sagitário,
que vila vã cinabrina
almeja a volta ao Atlântico?
Minha mercúria menina,
no tic-tac do erário,
tuas setas tintas de dentro
coagulam em par romântico
o virgem verde do centro.
Pó rubro, não vens em vão.
Brasília te utiliza
e a vida que paralisas
é seca, mas coração.
E sei, sinto, pelo ar,
que a cada frágil instante
esperas chuva cintilante
para pulsar...
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