quarta-feira, junho 18, 2008

Arco-e-flecha

O sangue seco do chão
brotando por suas ruas
não-becos, calhas e luas
por vento lento
pulverulento

Por ímpeto sagitário,
que vila vã cinabrina
almeja a volta ao Atlântico?
Minha mercúria menina,

no tic-tac do erário,
tuas setas tintas de dentro
coagulam em par romântico
o virgem verde do centro.

Pó rubro, não vens em vão.
Brasília te utiliza
e a vida que paralisas
é seca, mas coração.

E sei, sinto, pelo ar,
que a cada frágil instante
esperas chuva cintilante
para pulsar...

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