quinta-feira, agosto 16, 2007

Má inflluência

Tenho andado tão certinho
um homem perfeito, assim tão direito
que dorme na linha e sempre cedinho
na batalha diuturna de escritório

E na vida minha de burocrata
rotina paulatina da sala ao mictório
nos corredores verde-grises do governo federal
cruzando a soberba vã dos diplomatas
durante um ploc-ploc qualquer dos sapatos brilhantes
após conversas e pessoas insípidas de café
me sinto travesso, prevejo um tropeço
ainda que por um instante

a um gênio qualquer
eu peço um desejo
e logo te vejo
menina-mulher.

tu surges assim triunfante
não me reconheço, me ponho do avesso
puxo-te um papo sem topo nem pé
e a vida rebola com a graça de antes
vêm-me ânsias imensas e exatas
vou te raptar desse dia banal
ofertando meu amor provisório
sem dramas e sem serenata

sem falsas promessas de mau parlatório
Eu digo o que quero... tua mente adivinho!
Teu jogo com jeito de êxtase aceito
e gozo gemendo baixinho

quinta-feira, agosto 02, 2007

Eixão

seis vias que vão e vêm
se os dias em vão me vêem
vai comigo lá em cima
e volta
ventando?

no eterno azul
a fluidez do ar seco me escapa

até dezesseis no teu mapa
meu norte é teu sul

sou radar que te busca
na freada brusca