Tenho por testemunha o nada em cio
o nada multiplicado ao relento
que, ainda que vão, vive em aumento
e se reproduz por meses a fio.
Meus escritos são vento macio
represado em meu apartamento
e não merecem desapontamento
ou loa, inverno ou estio.
Jogando palavras no vazio,
no compulsivo preenchimento
de meu vácuo pensamento,
meu oco é muito mais frio,
se nem te causo arrepio
no despejar de um tormento.