Hoje acertei minha volta ao Esporte da Folha, pelo menos por três semanas. Não, não desisti da vida de diplomata, isso segue firme; minha bolsa, se Deus quiser, volta em setembro; o estudo também.
Mas ando suspeitando novamente que não sou bem o senhor do meu destino, que não controlo como quero as mudanças que planejo para minha vida, que corro para a frente e, depois de muito tempo, percebo que o percurso era em curva... e veja só: cá estamos de volta.
Tá bom, tá bom, a vida anda boa, tou reclamando de graça, o que é normal no ser humano, mas em mim não é tanto. Sigo otimista, é mal hereditário. Claro que sei que tudo vai dar certo, que a volta é só um pouco mais longa para escapar do círculo vicioso. Que a vida anda bem, família, saúde, amor. Algumas amizades andam capengando, outras já se foram, mas é a vida. Ando triste por isso também, se bem que acho que me frustra mais ver que estou profissionalmente no mesmo lugar onde estava dois anos atrás.
Parece um desfecho sinistro de filme de Hitchcock, daqueles que revelam o que você suspeitava, mas não queria que fosse mostrado e, ainda assim, quando viu, ficou surpreso. Ou, bem pior, algum dos episódios bons do Além da Imaginação, que me faziam cagar de medo quando eu era mais novo.
Isso me lembra quando eu era moleque e fui para a Disney. No parque do MGM Studios tem o brinquedo do Além da Imaginação, o famoso elevador que despenca (modelo para os Turbo Drops e Torre Eiffels despencantes da vida). Depois de dar uma volta por lugarzinhos bem sinistros, o elevador entra num corredor, que termina numa porta, e começa o famoso discurso de todo começo de episódio (eu sabia isso de cor quando tinha uns 13 anos):
"There is a fifth dimension beyond that which is known to man.
It is a dimension as vast as space and as timeless as infinity.
It is the middle ground between light and shadow.
Between science and superstition.
And it lies between the pit of man's fears and the summit of his knowledge.
This is the dimension of imagination.
You are entering the twilight zone."
Claro que você fica curioso, quer saber o que é que a imaginação pode revelar de novo. Uma porta se abre e o elevador entra. Lá dentro está tão escuro que você não consegue olhar nem seu próprio braço. Aí o narrador volta e fala:
"You are about to discover what lies beyond the fifth dimension.
Beyond the deepest, darkest corner of imagination."
De repente as luzes se acendem, e você percebe que a única coisa que a imaginação te revelou é o medo que você sente. Afinal, você já sabia que a queda viria (é o grande atrativo dessa "ride"), mais cedo ou mais tarde.
Você se encontra de frente para uma parede, e eles ainda te dão um segundo para você saborear o pânico antes de mergulhar no terror.
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